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Facção do Rio Grande do Norte financia funks no YouTube que enaltecem terror, diz polícia

A cúpula do Sindicato do Crime é investigada por suspeita de ter financiado três funks com apologia aos ataques com táticas terroristas promovidos pela facção criminosa no Rio Grande do Norte em março deste ano.

Um funkeiro de 23 anos recebeu cerca de R$ 10 mil em pagamentos via Pix para fazer músicas enaltecendo a facção criminosa, segundo a Polícia Civil. Os depósitos foram feitos entre fevereiro e abril deste ano a mando das lideranças da organização.

Os investigadores estão extraindo dados do computador e de celulares de Alison Firmo de Melo, o MC Ousado. O material foi apreendido durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão há quase três semanas na casa dele na capital Natal.

O MC Ousado menciona cerca de 200 criminosos nos funks, que também citam o aniversário de dez anos da facção. Ao menos dez lideranças do Sindicato do Crime já foram identificadas pela Polícia Civil com base no material.

O funkeiro não está entre os investigados, ainda que tenha sido pago para enaltecer a facção, de acordo com a polícia. Mas não está descartado o envolvimento dele com a organização, o que pode configurar indiciamento por organização criminosa e apologia ao crime.

A defesa nega que ele tenha cometido exaltação aos criminosos. O advogado Jorge Pereira de Oliveira Filho também descarta qualquer tipo de envolvimento com a facção criminosa.

As letras dos funks exaltam os dez anos da facção, citam ameaças de morte a rivais e desafiam o Estado. As músicas falam também das condições do sistema prisional como uma das principais motivações dos ataques.

Um funk começa com o áudio de um vídeo dos criminosos em meio aos ataques, com exigências da facção. No vídeo original, publicado pelo UOL, os criminosos aparecem com armas longas e rostos cobertos. O refrão enaltece o fato de que os criminosos se organizaram para “dominar o Estado”.

“Se tu é favela, nós também [sic]. Então, respeita a quebrada. Senão, vacilão, tu vai levar de rajada. Avisa lá que nós vamos comemorar. SDC [sigla para Sindicato do Crime], dez anos, a favela vai cantar.”

HW COMUNICAÇÃO

Fonte: UOL

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