Nesta semana, o meia Ricardo Goulart, que retornou ao Guangzhou Evergrande, e o atacante Elkeson, do Shanghai SIPG, aceitaram uma proposta da Federação Chinesa de Futebol para se naturalizarem pelo país e ajudarem o time a se classificar para a Copa do Mundo de 2022.
O novo projeto dos chineses chamou a atenção do jornal The New York Times, o mais importante do mundo, que detalhou os ambiciosos planos.
Goulart e Elkeson, na verdade, não serão os primeiros “reforços” gringos para a seleção asiática, que é comandada pelo italiano Marcelo Lippi, campeão mundial com a Azzurra em 2006.
Nesta semana, o inglês Nico Yennaris, de 26 anos e com passagem pelo Arsenal na temporada 2013/13, tornou-se o primeiro estrangeiro a ser convocado pela China.
Yennaris, que é descendente de chineses por parte de mãe, renunciou à sua cidadania britânica quando foi contratado pelo Beijing Guoan, em janeiro de 2019, de forma a não ocupar uma vaga de estrangeiro no elenco. Dessa forma, criou-se um “efeito dominó”.
“A China recentemente iniciou uma política de naturalizar jogadores talentosos, com algum tipo de ligação ao país, na esperança de que esse talento estrangeiro possa melhorar uma seleção que normalmente só fracassa, e que só se classificou para uma Copa do Mundo, em 2002”, diz o NY Times.
De acordo com o jornal, o ambicioso projeto de naturalização em massa teve início após a dura eliminação da China na Copa da Ásia de 2019, com uma derrota por 3 a 0 para o Irã, nas quartas de final.
Além de Yennaris, outros dois gringos já estão com tudo em ordem para jogar pelo país do Oriente: o meia John Hou Saeter (Beijing Guoan), que chegou a jogar pela Noruega na base antes de optar por defender a nação de sua mãe, e o defensor Tyias Browning (Guangzhou Evergrande), que jogou pela Inglaterra nas categorias inferiores, mas agora está finalizando sua naturalização chinesa.
A estreia desta turma pode ser nos amistoso contra Filipinas e Tadjiquistão, em junho, que servirão como preparação para o início das eliminatórias para o Mundial de 2022, no Catar.
No caso de Goulart e Elkeson, que não possuem descendência chinesa, a naturalização seria por tempo de vida na China (no mínimo, cinco anos). O ex-Botafogo chegou em 2013 e já pode entrar com o pedido, enquanto o ex-Cruzeiro e Palmeiras completa o período em janeiro de 2020.
Parte do projeto de naturalização, porém, envolve também a “transformação” dos gringos em chineses “completos”.
“Em março, a Associação Chinesa de Futebol emitiu um guia completo para os clubes, que incluía ordens para que os clubes ensinassem os valores patrióticos aos estrangeiros e transmitissem a eles as regras do Partido Comunista. As equipes também foram ordenadas a produzir relatórios mensais com os pensamentos dos atletas e seus desempenhos em campo”, afirma o jornal.
Uma das obrigações dos naturalizados, aliás, será saber cantar o hino nacional da China, que é tocado antes de todos os jogos da Superliga local e das partidas da seleção.
HW COMUNICAÇÃO
Fonte: ESPN